RETRATO A PRETO E BRANCO
Reza a
história que a menina nasceu numa tarde de muito sol. A parteira que a ajudou a
nascer foi a Silvina, mulher do Viveiros e vizinha quase do pé da porta.
O pai
estava ausente no Curaçao mas já tinha destinado que ia nascer uma Serafina,
então quem lhe fez as honras da casa foi a avó paterna. E foi uma avó Serafina
orgulhosa (toda arregaçada nas palavras da mãe!!...) que pegou ao colo a menina
acabada de nascer e a trouxe à rua para mostrá-la à vizinhança.
Ouvi esta história vezes sem conta e de cada vez que a ouvia imaginava como se estivesse a ver um retrato, a avó comigo ao colo e as vizinhas à sua volta desejosas por me verem pela primeira vez. E tinha a certeza que lá estavam a prima e as raparigas Maria, Teresinha e Noémi, a Teresinha do Mestre José, a Teresinha Pita e provavelmente mais alguém.
Esta
menina que já trazia ao nascer o nome de Serafina, nome escolhido pelo pai,
recebeu também o mesmo nome do pai (Ângelo) e da sua madrinha de baptismo e
assim ficou com o nome próprio de Ângela Serafina.