sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Espírito de Natal

ESPÍRITO DE NATAL

Começou a euforia do Natal.

Os espaços comerciais há muito que se mostram engalanados a preceito e é ver o povo de um lado para o outro, já às pressas como se não houvesse amanhã, como se o tempo fosse acabar. 

Não sei se será o espírito de Natal ou se é mesmo deixar-se seduzir pelas vistosas ofertas nas montras das lojas ou pelas montanhas de caixas de bombons e chocolates de várias qualidades empilhadas à entrada dos supermercados, ali colocadas quase de propósito para que os mais gulosos não lhes consigam resistir. Mas é certamente o modo pessoal como cada qual vive esta época e aquilo que valoriza e considera ser importante na sua vida.

        Ainda faltam quase duas semanas para o Dia de Natal mas eu não tenho por hábito entrar nesta euforia, gosto de entrar com calma nos preparativos, só depois de ter arrumado o meu trabalho docente.

Vou deixando a vida seguir o seu ritmo habitual até à semana da Festa e então aí deixo que o cheiro a Natal me envolva e me faça sentir o seu verdadeiro espírito.

Não obstante, há aquela inevitável nostalgia de Natal que sempre chega de mansinho e silenciosamente se vai instalando sem me pedir licença, e eu não consigo dizer-lhe que não. Então, pouco a pouco, ela vai abrindo aquelas gavetinhas da minha memória, as gavetinhas de lembranças que se abrem sempre por esta altura, como se me quisessem dizer que tal como o Menino Jesus deve sempre sair da sua caixinha pelo Natal, também elas não devem ficar fechadas, precisam sair para ocupar o lugar que lhes é devido no meu espírito do Natal.

E são muitas as lembranças que se entrelaçam em histórias verdadeiras de outros Natais, cantigas e brincadeiras de crianças, coros de anjos e romarias, risos e gargalhadas, o genuíno espírito do Natal que nos envolve desde pequenos e que até hoje continua bem vivo na nossa alma.

Porque o Natal também é feito de lembranças e de muita saudade.

 

  


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