ACREDITAR SEMPRE
Às vezes, basta um pequeno acontecimento, aparentemente sem
importância, para nos levar a pensar em coisas sobre as quais não costumamos
reflectir, tão embrenhados estamos na correria que é a nossa vida.
Vem este meu pensamento a propósito de um simples episódio,
sucedido comigo esta tarde, enquanto fazia o pagamento de um livro na livraria
Bertrand. No meio da conversa, perguntaram-me assim com um ar de admiração, como
consigo estar sempre bem disposta e sendo professora. Tomei esta pergunta como
um elogio, mas com algum espanto, olhei para a minha interlocutora sem resposta
pronta, ao que ela reforçou a questão, acrescentando como era possível, que
depois de passar um dia com vinte e tal alunos, ainda demonstre a tal boa
disposição a que se referira anteriormente porque, segundo ela, não deveria ser
nada fácil. Não lhe dei uma resposta exacta mas foi este o mote para o
prolongamento da conversa, agora sobre escola, professores, alunos e pais.
Pelo caminho de regresso a casa, a pergunta continuou a
saltitar no meu pensamento. Dou por mim a pensar que muito mal estaria eu, se
os problemas inerentes à minha profissão me fizessem ser uma pessoa diferente
do que realmente sou e me tirassem a alegria e a boa disposição. Apesar de
alguma desilusão e desencanto, dos contratempos e decepções, é a alegria e a
boa disposição muitas vezes proporcionadas pelo brilho nos olhos e os sorrisos
dos meus alunos que me fazem cumprir a minha missão da melhor forma que sei e
posso.
Agradeço a Deus por me dar a capacidade de sempre olhar o
lado positivo, relativizando o negativo e nunca deixando de acreditar ter feito
a escolha certa quando ainda bem pequena decidi ser professora.
Funchal, 27-01-2017
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