sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O desejo de aprender tudo


PONTO DE CRUZ E PONTO DO DIABO

Com sete anos aprendi a bordar. Quem me ensinava eram as primas, Teresinha do Mário e Noemi, raparigas solteiras que então faziam o dote. Todos os bocadinhos de quadrilé que sobravam dos bordados elas davam-me para eu aprender e assim comecei a bordar o ponto de cruz.

Depois aprendi o “ponto do diabo” com a menina Noemi. Foi ela que me tirou esta fotografia, no terreiro da sala, em casa da madrinha.
 
Lembro-me bem deste vestido: o tecido, com risquinhas vermelhas aos quadradinhos, foi a madrinha que me trouxe de uma viagem a Lisboa e quem o fez foi Teresinha do Mário, que era costureira. Tinha uma liga bordada na pala e na cintura, abotoava nas costas com uns botõezinhos dourados em forma de flor e era curto, bem acima do joelho, como então era moda.
Tanto gostava dele que ficou na minha memória.

 

 


 

3 comentários:

  1. Ângela,
    já to disse pessoalmente e repito, delicio-me a ler os teus textos. lembram-me a minha infância, com outros cheiros e outras cores porque eu nasci no Funchal. De qualquer modo há sempre pontos comuns.
    Este fez-me lembrar do vestido que a minha mão me fez para o exame de 4ª classe.

    Continua a escrever que cá estamos para seguir-te.

    Um abraço.

    Helena

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    1. Obrigada, Helena!
      Também me lembro do vestido novo que tive para o exame da 4ªclasse...Era moda nesse tempo...
      Bjo

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  2. Acho uma delicias a estas suas "histórias" de um tempo já passado, mas que me transportam aos anos 70/80 do século passado quando ia à Fajã da Areia, aos fins de semana, com os meus pais e irmão e detestava aquela "pasmaceira".

    Um beijinho.

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