quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

São João e São Pedro


DIA DE SÃO PEDRO

Amanheci com o pensamento no nosso Pedro que hoje faria anos. Lembrei-me dele e da mãe, e inevitavelmente não pude conter as lágrimas; vieram-me ao pensamento vivas lembranças que sempre irei guardar na minha alma, pedindo a Deus que me conserve a minha boa memória e nunca me deixe esquecer delas.

Embora gostasse muito dos três santos populares, aquele que a mãe mais estimava era o senhor São Pedro, por ter sido, como nos dizia, o grande companheiro de Nosso Senhor e ter as chaves do Céu e também porque deu o nome ao nosso Pedro. Por isso, na nossa casa, o dia de São Pedro sempre foi um dia assinalado, pois foi nesse dia que nasceu Pedro, o primeiro filho da casa.

Pelo que a mãe contava – eu não me lembro porque quando nasci Pedro já tinha nove anos - quando o pai estava emigrado no Curaçau, a avó Serafina não deixava de festejar o aniversário do menino da casa. Então, fazia uma amassadura de pão e matava um galo para o almoço porque o dia era de festa. Para o almoço vinham também os avós das Fontes, o avô Manuel Machete e a avó Silvéria e assim festejavam os anos de Pedro. Prendas não haveria, com certeza não era moda nesse tempo, mas não faltava o muito afecto e carinho que os avós lhe dedicavam, para não falar do imenso amor que a mãe nutria pelo seu menino.

E sempre assim foi ao longo dos anos, mesmo já depois de Pedro ter emigrado para a Venezuela. Embora não estivesse cá, a mãe continuou a fazer neste dia um almoço diferente e nós, os pequenos como ele nos chamava, lá ouvíamos aquela frase que a mãe sempre dizia, para expressar a saudade que sentia por ele estar longe, “Coitado daquele Pedro!...”  

Hoje sou eu que digo… Coitado daquele Pedro!... Partiu cedo ao encontro da mãe e nós cá estamos, lembrando com saudade que hoje é o dia dos seus anos.

 
   

 

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